MAIS UM ANO NA ESTAGNAÇÃO
- Amir Khair
- 26 de abr. de 2019
- 2 min de leitura
Desde a posse do atual governo, a população assiste várias disputas públicas entre alas do atual governo, agora entre o filho do presidente Bolsonaro (Carlos) e o vice-presidente General Mourão, após as declarações do astrólogo e dublê de filósofo, Olavo de Carvalho, contra os militares do governo.
Naquilo que interessa, que é resolver os graves problemas que a população enfrenta, o governo segue atabalhoadamente a pauta única na economia, a malfadada Reforma da Previdência. Em mais um deprimente capítulo, a imprensa noticia a liberação de emendas parlamentares da ordem de 40 milhões de reais a cada deputado que votar a favor da Reforma, sem nenhum critério que não seja o velho toma lá dá cá em dose macro.
Em resposta à crítica da falta de transparência, ao classificar como sigilosos os estudos e documentos que embasam a Reforma da Previdência, o governo divulgou mais um documento genérico, sem apresentar a metodologia, premissas e a memória de cálculo sobre as projeções fiscais da PEC da Reforma da Previdência.
Nas estimativas, que já haviam sido divulgadas pela Secretária de Política Econômica, as projeções com a Reforma da Previdência indicam um crescimento crescente do PIB, até chegar 3,3% em 2023, com a criação de 8 milhões de vagas de emprego. Sem a Reforma, o crescimento seria de 0,3% em 2020, e contração da atividade econômica nos anos seguintes.
A média das projeções do mercado para o crescimento da economia em 2019 foi reduzida de 1,95% para 1,71% na pesquisa semanal Focus divulgada pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira. Trata-se da oitava queda consecutiva, numa série de cortes que teve início com projeção de 2,5% de crescimento do PIB no começo do ano.
Na ausência de medidas concretas de estímulo à ampliação do consumo e com a contração das despesas públicas, a economia segue patinando.
Como consequência permanecem aproximadamente 13 milhões de pessoas na situação de desemprego aberto, junto com aqueles subocupados em bicos e os em situação de desalento, perfazendo 27 (!) milhões de pessoas.
Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pelo Ministério da Economia, o País fechou o mês de março com o saldo de 43 mil vagas formais, o pior saldo em 2 anos.
Na contramão da retomada da atividade econômica, a Reforma da Previdência ao pretender retirar recursos que vão diretamente para população, vai deprimir mais ainda o poder de compra da população. Além disso, o governo decreta o fim da política de valorização do Salário Mínimo, que é importante instrumento de ampliação de renda e consumo das parcelas de menor rendimento.
Sem medidas de ampliação da renda e de estímulo ao crédito das famílias via o ataque às altas taxas de juros cobradas no crediário, dificilmente o País encontrará o caminho do crescimento econômico.
Infelizmente tudo indica mais um ano de estagnação.




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