ATÉ QUANDO FICARÃO IMPUNES?
- Amir Khair
- 25 de abr. de 2018
- 2 min de leitura
Dia 17 de abril de 2016 foi a data em que Dilma Rousseff foi derrubada da presidência da República pelo golpe engendrado pela alta cúpula do MDB, com Eduardo Cunha na Câmara e Romero Jucá no Senado, ambos articulados com Michel Temer e com cardeais do PSDB.
Vale reproduzir aqui a trama do golpe que veio a público por meio de conversa telefônica gravada, feita por Sérgio Machado para tentar escapar ileso da Operação Lava-Jato.
MACHADO – Rapaz, a solução mais fácil (de acabar com a Lava-Jato) é botar o Michel (Temer). JUCÁ – Só o Renan (Calheiros) que está contra essa porra. Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra. MACHADO – É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional. JUCÁ – Com o Supremo, com tudo. MACHADO – Com tudo, aí parava tudo. (a operação Lava-Jato) JUCÁ – É. Delimitava (a Lava-Jato) onde está, pronto.
A conversa segue e Jucá fala que caiu a ficha dos cardeais do PSDB, que poderiam ser os próximos a serem pegos em denúncias, para entrarem no acordo nacional.
Mais adiante mostra a articulação do golpe em curso:
JUCÁ- [em voz baixa] Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem “ó, só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca”. Entendeu? Então... estou conversando com generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.
Essas gravações foram potente bomba a cair na cúpula do MDB, que derrubou os ministros Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência) no início do governo interino de Michel Temer.
Sérgio Machado era um dos fornecedores de propina aos cardeais do MDB, pois era na ocasião o presidente da Transpetro, empresa de transporte da Petrobras. Segundo ele, foram repassadas propinas de cerca de R$ 100 milhões.
Depois da homologação do acordo de delação premiada, Sérgio Machado teve garantido o direito de não passar nem um dia sequer na cadeia e vive como se estivesse numa prisão domiciliar de luxo.
Fato é que muitos golpistas continuam impunes. Até quando?




Comentários