LIGANDO OS FATOS
- Amir Khair
- 14 de abr. de 2018
- 2 min de leitura
Vale a pena lembrar parte do diálogo gravado entre Sérgio Machado e Romero Jucá sobre o golpe em marcha para "estancar a sangria da Lava-Jato", que passava pelo impeachment de Dilma Rousseff:
MACHADO – Rapaz, a solução mais fácil (de acabar com a Lava-Jato) é botar o Michel (Temer). JUCÁ – Só o Renan (Calheiros) que está contra essa porra. Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra. MACHADO – É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional. JUCÁ – Com o Supremo, com tudo. MACHADO – Com tudo, aí parava tudo. (a operação Lava-Jato) JUCÁ – É. Delimitava (a Lava-Jato) onde está, pronto.
A conversa segue e Jucá fala que caiu a ficha dos cardeais do PSDB, citando nominalmente José Serra, Aécio Neves, Aloysio Nunes Ferreira e Tasso Jereissati (que poderiam ser os próximos a serem pegos em denúncias), para entrarem no acordo nacional.
Mais adiante mostra a articulação do golpe em curso:
JUCÁ- [em voz baixa] Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem “ó, só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca”. Entendeu? Então...estou conversando com generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.
Após essa conversa vários passos foram dados pela cúpula do MDB (Temer, Jucá, Eduardo Cunha, José Sarney, Renan Calheiros...), com os cardeais do PSDB (Aécio, Serra, Aloysio Nunes Ferreira) para a derrubada de Dilma Rousseff.
O amplo acordo com forças políticas e com o Supremo se completa com a prisão de Lula e o estancamento das sangrias das delações premiadas com a derrubada da prisão em segunda instância em curso (com a ministra Rosa Weber inclusa), e com o fim do foro privilegiado saindo os processos contra políticos para iniciar na primeira instância da estaca zero.
O mais importante não foi a derrubada da Dilma, nem a prisão do Lula, mas sim, livrar a cara dos cardeais do MDB e PSDB, pois a prisão de Lula pode, caso nada for feito, apressar a prisão desses larápios de colarinho branco.
Acorda Brasil!




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