NOVA BOMBA
- Amir Khair
- 2 de abr. de 2018
- 2 min de leitura
Na 5ª feira (29) estourou mais uma bomba na cabeça de Michel Temer, suspeito do recebimento de propina em troca de benefícios à Rodrimar, um dos maiores grupos empresariais da área portuária. A Polícia Federal (PF) prendeu cinco pessoas investigadas no inquérito que apura irregularidades em decreto do presidente sobre o setor portuário.
Três delas são ligadas a Temer: o advogado José Yunes, o coronel João Batista Lima Filho e o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (MDB). Foram presos ainda o empresário Antônio Celso Grecco, dono da Rodrimar, e Milton Ortolan, auxiliar de Rossi.
Essas detenções foram autorizadas pelo Ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República. Barroso é relator do inquérito que apura a Medida Provisória 595, conhecida como MP dos Portos, que mais tarde deu origem ao decreto 9.048.
José Yunes é amigo de Temer há mais de 50 anos e era seu assessor na Presidência. Ele pediu demissão após a revelação do conteúdo da delação premiada de Claudio Melo Filho, ex-executivo da Odebrecht. Também foi citado na delação do doleiro Lúcio Funaro, que afirmou que Yunes era um dos responsáveis por administrar propinas entregues ao presidente.
O coronel João Baptista Lima Filho, amigo do presidente há mais de 30 anos é suspeito de ter sido laranja para receber dinheiro sujo em nome de Temer. Mensagens encontradas no celular do coronel revelam seu papel de intermediário entre o presidente e a Rodrimar. Revelam que Lima, sem ser funcionário público nem assessor de Temer, abriu as portas do governo a interesses privados e fez questão de informar o presidente do serviço prestado. A Rodrimar, ajudada pelo coronel, teve sua demanda atendida por um apadrinhado de Temer no governo. Um golpe sobre o Tesouro na casa do bilhão de reais.
A suspeita de que Temer recebe propina de empresas que atuam no porto de Santos é investigada desde 2004. Foi nesse ano que a PF instaurou inquérito para apurar acusações feitas pela estudante Erika Santos, que fora casada com um ex-presidente da Codesp Marcelo de Azeredo, que presidiu a estatal durante o primeiro mandato de FHC (1995/1998). Erika dizia que o Azeredo tinha como padrinho político o então deputado federal, Michel Temer, e comandava um esquema de suborno no porto. O coronel João Baptista Lima Filho era citado como um dos auxiliares de Temer que participava do esquema. Documentos entregues por Erika à Polícia Federal citavam o nome de Lima e as iniciais do nome do presidente (MT).
Num segundo depoimento à PF, Erika mudou sua versão, negando irregularidades. Seus advogados disseram que a estudante mudara a versão porque havia feito um acordo financeiro nos Estados Unidos com o ex-marido. Como Temer era deputado federal quando deveria depor nesse inquérito, seu advogado conseguiu que o caso fosse transferido da Justiça federal de Santos para o STF. Em abril de 2011, o ministro Marco Aurélio Mello mandou arquivar (?????) a parte do inquérito sobre Temer e remeteu as suspeitas sobre o ex-presidente da Codesp para a Justiça de Santos. Agora, na mão de Barroso, vamos ver.




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