GUERRA COMERCIAL II
- Amir Khair
- 30 de mar. de 2018
- 2 min de leitura
No artigo anterior (28.03) vimos o conflito econômico, social e político gerado pela competição internacional no custo da mão de obra, que deslocou o capital para aplicações produtivas dos países desenvolvidos para os emergentes e o impacto dos movimentos migratórios saindo dos países emergentes em busca de melhores condições de vida nos países desenvolvidos.
Esses conflitos gestados no bojo do avanço da globalização estão gerando movimento contrário de defesa dos trabalhadores dos países mais ricos em repulsa ao avanço dos imigrantes vindos de outros países, bem como de empresas locais que não conseguem concorrer com os bens e serviços importados.
Exemplos recentes é a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) e a vitória de Donald Trump à presidência dos EUA defendendo política protecionista às empresas americanas.
TRUMP
Como os EUA são a maior potência econômica mundial, o impacto dessa política anti-globalização vai causar profundas implicações para o comércio mundial.
O primeiro movimento nessa direção veio em 20 de dezembro de 2017 com a aprovação pelo Congresso da reforma tributária de Trump. Por ela o imposto de renda das empresas foi reduzido de 35% para 21% visando atrair empresas de volta para os EUA, gerando emprego para os americanos. A arrecadação deverá sofrer uma redução da ordem de US$ 1 trilhão!
O segundo movimento veio dia 1º de março, quando Trump anunciou que vai impor sobretaxa de 25% nas importações de aço e de 10% nas de alumínio, alegando necessidade de proteger a indústria americana. Isso repercutiu mal para vários países aliados dos EUA, o que levou a um recuo tirando fora da sobretaxa Canadá, México e União Europeia. Países prejudicados como o Brasil terão que negociar oferecendo vantagens a exportações americanas. Empresas americanas que usam o aço como insumo de produção terão seus custos elevados e serão também prejudicadas.
O terceiro movimento veio com o anúncio, dia 22, de que vai taxar vários produtos vindos da China. Trump quer reduzir o déficit comercial dos EUA com a China que é de US$ 375 bilhões por ano. O governo chinês respondeu imediatamente informando que faria o mesmo com produtos americanos. Estava declarada a guerra e logo com quem os EUA iam brigar? Com o poderoso gigante chinês. É parada dura e imprevisíveis as suas consequências.
Um impacto previsível é o direcionamento da exportação que será limitada pelo protecionismo para outros países que não tomaram ainda medidas novas de proteção de suas empresas. A onda protecionista tende a crescer.
Aonde vai dar ninguém sabe.




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