O STF COM A PALAVRA

Foi estendido para o próximo dia 4 o julgamento definitivo do habeas corpus (HC) do ex-presidente Lula no Supremo Tribunal Federal (STF). Continua, pois, a indefinição quanto à prisão de Lula.

De qualquer forma, é de se antever que a decisão tende a ser por um placar apertado. Na próxima 2ª feira os desembargadores do Tribunal Regional da 4ª Região fazem o julgamento dos últimos recursos feitos pelos advogados do ex-presidente e é dado como certo que serão negados, o que iria conduzir sua imediata prisão. Isso só não irá ocorrer devido à liminar solicitada pelos advogados de Lula e já acordada com o STF de que enquanto não ocorrer a decisão definitiva do HC no dia 4, Lula não poderá ser preso.

Parece claro que Lula dificilmente poderá concorrer nessa eleição à presidente devido à lei da "Ficha Limpa", que proíbe candidatos condenados em segunda instância de concorrer à eleição. Nessa situação o que está em jogo é a prisão ou não de Lula e o HC é o último recurso no STF. Portanto, vale avaliar o que poderá ocorrer no impacto político na sociedade na hipótese de prisão ou não de Lula.

É difícil prever. Nas diversas análises políticas o que tem aparecido mais é o afastamento de Lula do próximo pleito o que deixaria o campo aberto aos outros candidatos, que cresce o número deles a cada dia. Até o presidente Temer parece querer entrar nesse páreo, mesmo tendo baixíssimo nível de aceitação na sociedade. Outro mal avaliado e com chances remotas de apoio na população é o ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Enfim, não faltam candidatos sem nenhuma chance eleitoral.

Se Lula for preso vejo dois tipos de reação: a) os que estão a favor da prisão se sentiriam contemplados, pois defendem que "lugar de ladrão é na cadeia"; e/ou b) os que são contrários vão se revoltar mais ainda, por considerarem estar havendo uma perseguição injusta ao ex-presidente.

Se Lula, ao invés, tiver a seu favor o HC, os que querem sua prisão ficariam revoltados e criticariam a decisão do STF, e os que não querem a prisão ficariam aliviados e comemorariam essa vitória parcial.

Fato é que a resposta sobre o impacto político na sociedade seria logo captada nas pesquisas de opinião. Assim, há que dar tempo ao tempo e aguardar pelo menos mais um mês para clarear esse cenário ainda nebuloso.

Por enquanto, o STF está com a palavra.