A DIREITA COMEMORA

Na medida em que decisões judiciais tornam inviável a candidatura Lula, fica claro que o objetivo não foi fazer justiça, mas abrir a oportunidade a um candidato de centro-Direita vir a se tornar o futuro presidente do Brasil.

O golpe segue seu curso. Face a isso, o PT reafirma que "eleição sem Lula é fraude" e descarta qualquer plano B visando substituir Lula. Assim, qualquer candidato da Esquerda não teria o apoio de Lula. Pelo menos é o que parece, pelas reiteradas declarações do próprio Lula e da direção do PT. Nesse sentido, o encontro de Haddad com Ciro Gomes foi duramente criticado pelo PT.

Se isso prosseguir como parece, é um tiro mortal na Esquerda no que diz respeito às próximas eleições e fica escancarada a porta de entrada para a Direita ao Planalto.

Na minha Página muitos seguidores não parecem acreditar que Lula está fora desse páreo. Declaram que vão votar nele de qualquer maneira. Caso não apareça o nome de Lula na urna eletrônica vão anular o voto em protesto.

Tenho declarado que Lula foi impedido de participar dessa eleição devido à decisão judicial em segunda instância contra ele. Pela via jurídica, os recursos estão esgotados. para reverter isso só vejo uma possibilidade: forte reação popular em contrário e partindo para o confronto. Como isso não ocorreu por ocasião de cada uma das duas condenações judiciais, vejo como remota essa possibilidade.

A batalha jurídica dos advogados de Lula está concentrada na obtenção do habeas corpus para não ser preso após serem negados os últimos recursos impetrados junto ao TRF4. Duas tentativas: no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal. Há possibilidade de conseguir o habeas corpus no STF, pois alguns ministros da corte já sinalizaram ser contra a prisão após condenação em segunda instância e Lula conta como defensor o iminente jurista Sepúlveda Pertence.

Creio que até março tudo ficará mais claro em todo esse combate político-jurídico.

Quem já está comemorando é a Direita, a mesma que deseja a continuidade dessa política suicida assumida pelo governo Temer.