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POLÍCIA FEDERAL: E O CIRO?

  • Amir Khair
  • 7 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura

O golpe na democracia segue seu curso.

1º ATO

O primeiro ato deu-se com a derrubada de Dilma Roussef pela cúpula da aliança entre MDB e PSDB. Para isso, o STF teria que deixar Eduardo Cunha abrir e coordenar junto com Temer o impeachment na Câmara dos Deputados e, depois, no Senado Federal com Romero Jucá e sua tropa. Objetivo: entregar a presidência da República a Michel Temer.

Na ocasião foi batizado como "golpe parlamentar". Na realidade foi mais amplo: um golpe institucional com mídia e STF na jogada. Tudo realizado conforme traçado por Temer, Cunha e Jucá (MDB) e Aécio Neves, José Serra e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB).

2º ATO

Tirar só Dilma não teria resolvido. Era necessário tirar principalmente Lula de qualquer futura disputa à presidência da República. Aí entrou o juiz Sérgio Moro e desembargadores do TRF4 rapidamente, pois Lula já estava disparando na ponta das intenções de voto para presidente. Os frágeis argumentos da condenação e a pressa no julgamento no TRF4 evidenciaram a trama articulada, inclusive a ampliação do prazo da condenação.

Consubstanciado o segundo ato do golpe, resta agora saber se Lula será preso ou não, a depender de julgamento, em instância superior da Justiça, do habeas corpus impetrado em defesa do ex-presidente.

3º ATO

Ao que tudo indica, no entanto, o golpe segue seu curso. É necessário subtrair da Esquerda qualquer possibilidade de vir a ganhar a eleição.

O mercado financeiro ainda não está seguro se um candidato de seu gosto tem chance de ganhar a eleição. Candidatos da elite defendem propostas anti-populares, como as reformas que retiram direitos da população. Está no seu DNA não repartir o bolo.

Na impossibilidade de Lula concorrer, (embora ele a negue enfaticamente), ele poderia dar o apoio a Jaques Wagner ou Fernando Haddad. Coincidência ou não, a Polícia Federal (PF) se apressou em indiciar Haddad por falsidade ideológica ("Caixa 2" na campanha de 2012) e agora acusa o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner de ter recebido R$ 82 milhões das empreiteiras OAS e Odebrecht pelo superfaturamento do contrato de reconstrução e gestão do estádio da Fonte Nova.

Para completar o terceiro ato do golpe está sobrando ainda abater, na Esquerda, Ciro Gomes e Guilherme Boulos.

Como esse último tem pouca chance eleitoral, o risco agora é o Ciro. Está com nível ainda baixo nas pesquisas, mas pode crescer. Tem larga experiência na área pública, tendo sido bem avaliado como prefeito de Fortaleza e governador do Ceará. Foi, também, Ministro da Integração Nacional no governo Lula. É bom polemista e vem há vários meses defendendo propostas para o País em palestras, nos meios acadêmicos e na mídia.

Se crescer nas pesquisas ao encarnar a única opção viável da Esquerda, e ameaçar seguir para o segundo turno, pela lógica do golpe da direita, corre sério risco de ser abatido em campanha.

Como a extrema Direita, com Bolsonaro, está se consolidando nas pesquisas acima dos demais candidatos da centro-Direita, está me parecendo que o plano do golpe é deixar ir ao segundo turno um candidato pró-mercado e Bolsonaro, uma vez que ele já não assusta mais o mercado desde que escolheu Paulo Guedes como seu guru para a economia, que professa o credo neoliberal tradicional. Esse é o quadro ideal para o mercado. Mas, se Ciro furar esse esquema, aí a coisa pega.

Com a criação do Ministério da Segurança e a escolha do novo titular da Polícia Federal, quem sabe possam ser desenterradas acusações encerradas contra Ciro?

É, PF... Está faltando o Ciro.


 
 
 

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