MAIS UM CANDIDATO
- Amir Khair
- 5 de mar. de 2018
- 2 min de leitura
É interessante observar como os representantes do poder econômico e a mídia a seu serviço classificam e avaliam os candidatos à presidente: Lula é da Esquerda e Bolsonaro da extrema Direita. Ambos, considerados como populistas e representando um retrocesso ao País. Assim, o poder econômico defende que venha a ocupar o espaço da disputa um candidato de centro-Direita, que representaria a continuidade da atual política econômica, do agrado do mercado.
A condenação de Lula em segunda instância pelo judiciário foi comemorada pelos seus potenciais concorrentes. Abriu espaços na disputa, uma vez que Lula disparava nas pesquisas com mais votos que a soma dos seus oponentes. Mais um golpe no PT. Parcela expressiva dos lulistas, no entanto, acreditam que Lula irá disputar a eleição. Caso isso não ocorra, votariam maciçamente em candidato indicado por Lula ou anulariam o voto. Isso aparece com muita clareza nos comentários da minha Página.
Alckmin foi o primeiro a aparecer pelo PSDB, após derrotar as pretensões de Dória, o "apressadinho". Em seguida, via FHC, começou o namoro à candidatura Huck como "o novo", com chances de derrotar os dois candidatos populistas. A alegria durou pouco. Bastaram duas a três notícias ruins sobre esse animador de programa de TV para derrubar sua intenção de concorrer. Decepção para FHC e alguns tucanos de alta plumagem, que vêem na candidatura Alckmin sério risco de fracasso na disputa.
Mais também ao Centro surgiram simultaneamente as figuras de Rodrigo Maia e Henrique Meirelles como continuadoras da política econômica do governo Temer(mas fora do MDB, pleiteando seu apoio).
MAIS UM
Eis, no entanto, que surge o inesperado: cansado de apanhar junto à opinião pública por querer enfiar goela abaixo da sociedade mais uma reforma da Previdência, Temer largou de vez esse fardo e pulou para algo com clamor popular, que é a segurança pública, ao decretar a intervenção militar no Rio de Janeiro.
Aproveitou a onda de violência que estava infernizando a vida dos cariocas e o fracasso da polícia local no combate ao crime organizado. Uma parte corrompida pelo tráfico e insatisfeita com os atrasos de pagamento de salários e desaparelhada em equipamentos e armas pela falência do Estado. Ganhou o apoio da opinião pública e obteve o aval do Congresso para a intervenção.
Essa guinada se dá em momento de euforia no governo pelos resultados e perspectivas de recuperação da economia, que se reflete nas bolsas de valores, que registraram ganhos de 9,6% do início do ano até dia 28 de fevereiro.
Embora negue, Temer se coloca como candidato e prepara medidas de caráter popular para pavimentar sua candidatura. É o MDB com candidato próprio e bom tempo de TV. Assim, surge maior disputa no front de candidatos abençoados pelo mercado.
Vai dividir mais ainda a centro-Direita. Melhor para a Esquerda? Se a deixarem competir, sim.




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