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COMEMORAR A 1ª VITÓRIA

  • Amir Khair
  • 21 de fev. de 2018
  • 2 min de leitura

De 2003 a 2013, a receita do governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central) cresceu em média a cada ano, em valores de dezembro/2017, a cada ano, R$ 66 bilhões. As despesas primárias (sem juros): R$ 64 bilhões. A crise a partir de 2014 interrompeu abruptamente essa tendência e fez as receitas caírem impressionantes R$ 1.246 bilhões (!) entre 2014 e 2017. Essa perda foi muito superior à redução das despesas de R$ 322 bilhões nesses quatro anos. Assim, o resultado fiscal que foi impactado pela crise atingiu R$ 924 bilhões (1.246 menos 322). Esse foi o estrago nos últimos quatro anos causado pela crise econômica ao governo central nas contas primárias (que excluem juros).

É importante observar isso, pois a estratégia adotada pela equipe econômica foi a de atacar as despesas sem, no entanto, priorizar a retomada do crescimento, que só veio tímida no ano passado prevista em 1%. Nos últimos três anos a economia afundou mais de 6%.

Ora, isso derrubou tudo, não apenas o governo central, mas Estados e municípios que também foram profundamente atingidos.

Esse erro de diagnóstico fiscal já custou caro, sem falar do impacto social das medidas do governo, que atingiu em cheio a sociedade com a política atrasada de reformas.

VITÓRIA

Apesar de tudo, felizmente a sociedade pode comemorar a vitória contra o governo ao derrotar a pior das reformas, a previdenciária. Vários estudos revelam que o alvo central dessa pretensa reforma é a população que ganha até dois salários mínimos, 85% da população. O próprio governo sabe disso, pois as projeções feitas na Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano (LDO 2018) revelam que o chamado déficit da previdência dos servidores públicos civis vai caindo todo ano desde 1,1% do PIB neste ano para 0,4% do PIB em 2060. Mas para a previdência do INSS, onde estão os menores benefícios previdenciários o déficit passaria de 2,8% do PIB em 2018 para 11,3% em 2060.

Na realidade as previsões do governo para o INSS estão superdimensionadas para assustar e criar o clima pró-reforma. O sistema de previsões do governo é cheio de falhas e não resiste a uma auditoria externa. É por isso que o governo o esconde.

O falso argumento do combate aos privilégios é só para enganar, pois ninguém é bobo de achar que esse Congresso vai atingir políticos, militares, juízes, desembargadores, promotores, procuradores, auditores fiscais e polícia federal.

Que essa primeira vitória contra o governo sirva para manter a sociedade mobilizada para repudiar toda e qualquer medida que atinja mais ainda seus direitos. Além do mais essa vitória vai contribuir para manter a natural ascensão da massa salarial, consequentemente o faturamento das empresas e a própria arrecadação pública. Não será surpresa se o déficit fiscal da previdência diminuir pela recuperação gradual da sua receita.

Vale comemorar essa primeira vitória!


 
 
 

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