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PT: VÍTIMA DE SI PRÓPRIO

  • Amir Khair
  • 31 de jan. de 2018
  • 2 min de leitura

Nos primeiros anos de sua origem, o PT foi uma grande esperança para a população melhorar de vida. Atuava na base da sociedade, estimulava e dirigia movimentos populares. Estava junto da população e longe do poder institucional. Era crítico atroz do sistema e defensor da "ética na política". O núcleo dirigente era sustentado via trabalho voluntário e contribuição dos filiados proporcional aos seus ganhos.

Aos poucos foi conquistando prefeituras e pondo à prova suas teses de orçamento participativo e prioridade ao social. Os recursos para o partido continuaram vindo das contribuições dos filiados e dos servidores públicos em cargos de confiança das prefeituras.

A sede de recursos para manter a crescente estrutura partidária e o financiamento das campanhas eleitorais fizeram o PT navegar em terreno pantanoso.

As denúncias e os escândalos se sucediam na mídia: CEPEM, Celso Daniel, Waldomiro Diniz, Mensalão e Petrolão. Vários dirigentes foram envolvidos em atos de corrupção: José Dirceu, Palocci, Delúbio Soares, João Vaccari Neto, Delcídio do Amaral, etc. O PT, ao invés de punir com expulsão todos os envolvidos, procurava imputar culpa aos que faziam as acusações.

Internamente, uma parte do partido (crítica aos escândalos) queria a refundação e a autocrítica, mas era minoritária. O PT esteve sempre sob comando de Lula, até que a bomba veio a estourar no colo dele com o Petrolão, onde o PT, PMDB e PP passaram a receber propina das empreiteiras em serviços cartelizados à Petrobrás.

A lesão à essa empresa atingiu cifras elevadas. A Petrobras avaliou os 3% da propina a esses partidos como sendo de R$ 6 bilhões. Logo, os contratos do Petrolão seriam da ordem de R$ 200 bilhões! Mas, como a parte do Leão nesses contratos não é a propina, mas o sobrepreço que fica com as empresas, que estimo entre 20% a 30%, a Petrobras foi saqueada entre R$ 40 bilhões a R$ 60 bilhões! Os procuradores do Ministério Público de Curitiba passaram a heróis por recuperarem para a Petrobras R$ 1,4 bilhões, mediante acordos de leniência altamente lesivos à Petrobras e ao País. Isso será cobrado e responsabilizado.

É difícil imaginar que Lula e a direção do PT não soubessem desse esquema criminoso. O tríplex que atingiu agora Lula é apenas a ponta do iceberg. Novas condenações virão e não será só ele a ser envolvido.

O mais grave, no entanto, não é o Petrolão. É a existência do cartel das grandes empreiteiras desde que existem e não é só na Petrobras, mas em TODAS as grandes obras públicas do País.

Sim, é bom que isso fique bem claro. Não é só Lula, nem só o PT e muito menos é verdadeira a afirmação que isso só foi institucionalizado no governo do PT. A elite corrupta desse País sempre agiu saqueando o Estado. É ela que sempre financiou o grosso das campanhas eleitorais e sempre foi buscar o alto retorno da propina.

O PT perdeu sua oportunidade de autocrítica e punição aos que direta ou indiretamente desviaram recursos públicos. Se continuar tentando tapar o sol com a peneira vai ser pior. O PT está sendo vítima de si próprio, pois deixou de lado um de seus princípios de origem: a ética no trato dos recursos públicos, que vêm da população e que deveriam ser destinados aos que mais necessitam.


 
 
 

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