CÉU NEBULOSO E INDEFINIDO
- Amir Khair
- 29 de jan de 2018
- 2 min de leitura
A condenação de Lula em segunda instância retirou da disputa presidencial seu mais forte concorrente e deixou caminho aberto para a centro direita, como é o desejo manifesto pelos grandes empresários e banqueiros. A Bolsa bate recordes e se Lula for preso vai subir mais ainda.
Está tudo, porém, indefinido. O mais definido é a ausência de Lula neste pleito.
A decisão contra ele, com ampliação da pena por unanimidade, pode, inclusive, levá-lo à prisão. Acho que isso é o que vai acontecer e para breve.
O que resultará daí na política? Como qualquer observador arrisco aqui minha opinião.
Lula é e continuará sendo o divisor de águas dessa eleição. Depois de oito anos de governo sua popularidade atingiu 80%, um recorde. Se for considerado como vítima dessa condenação pode ao invés de cair, subir nas pesquisas como ocorreu quando foi condenado em primeira instância. Embora não podendo ser votado, certamente sua voz terá influência marcante na escolha do futuro presidente. Nesse caso, o resultado da condenação pode se voltar contra seus adversários. Se teria, assim, uma verdadeira vitória de Pirro!
Mas, por outro lado, se a condenação for interpretada como um ato de justiça por Lula ter se beneficiado de propina, o resultado pode ser de derrota para a esquerda e para o PT.
Os que se opõem a Lula na centro-direita podem facilmente ser considerados como continuadores do projeto do PMDB/PSDB e isso impor derrota ao candidato conservador.
Parece que a população está mais inclinada a exigir mudanças. A amostra que está tendo com o governo Temer, cuja popularidade é lamentável, já serviu para alertar que, mantida essa continuidade de reformas, que retiram direitos de amplas parcelas da população, o candidato que arriscar apoiá-las poderá se dar mal e nem sequer ter a chance de ir para o segundo turno.
Quem melhor se caracterizar como opositor a essa política terá maior chance de entrar para o segundo turno e é aí que as coisas pegam.
O candidato da extrema direita, Bolsonaro, que se apresenta como o anti-Lula pode ser considerado por uma parcela da população como defensor da continuidade das reformas, pois votou a favor da reforma trabalhista seguindo o governo Temer.
Já a esquerda se não tiver um projeto para o País que possa ser considerado exequível e confiável também pode correr o risco de não chegar ao segundo turno. A conferir.




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