O QUE ESPERAR DE 2018

A sociedade não apoia a política desse governo, tanto na questão econômica quanto social, e se vê agredida com a impunidade que ocorre na cúpula do Planalto e do Congresso. Enquanto isso, a elite quer ver afastada a ameaça de Lula vir a ganhar a próxima eleição. A condenação de Lula já está decretada, mas será mais uma "vitória de Pirro"? Pode ser.

Lula é um mito. Saiu após oito anos de governo reconhecido como bom e ótimo por 80% da população. Nenhum presidente chegou perto dessa consagração e isso é que traz o pânico a seus adversários. O implacável ataque diário da mídia não impediu sua liderança de crescer junto à opinião pública.

Impedido de disputar, será a voz mais forte para influenciar essa eleição e, no caso da vitória da centro-direita, certamente Lula será a voz mais forte da oposição. O mito pode se agigantar, se: a) sair considerado como vítima da condenação; e b) se o novo governo que vier em substituição a esse bando que tomou o poder quiser dar continuidade às reformas que retiram direitos da sociedade em nome de um esfarrapado ajuste fiscal, que de ajuste é um fracasso a céu aberto.

Essa corrente conservadora continuísta não consegue enfrentar a retomada do crescimento. Mesmo com o forte empurrão da safra recorde na agricultura, do bom preço e demanda externa de commodities, do crescimento mundial, talvez haja um pífio crescimento de 1% em 2017 sobre uma recessão de 7,2% ocorrida entre 2015 e 2016.

Nada garante novo presente agrícola dessa importância neste ano, que provavelmente será atravessado por aumento da radicalização na disputa política e ideológica tendo como pano de fundo a repulsa da sociedade pela continuidade da corrupção e da impunidade aos cardeais do PMDB/PSDB/DEM/PTB, entre outros.

Caso o candidato de centro-direita não consiga deixar de ser identificado como a continuidade deste governo, a Esquerda pode conquistar espaço de disputa no segundo turno. Com quem, não sei. Fato é que um novo programa econômico e social se impõe. Um programa popular voltado à maioria da população, com retirada das barreiras que atravancam o crescimento do consumo das famílias, o carro-chefe da economia.

A conferir.