PERSPECTIVAS ECONÔMICAS PARA 2018
- Amir Khair
- 3 de jan. de 2018
- 2 min de leitura
O Estadão publicou (31/12/17) análises de vários economistas ligados ao mercado financeiro sobre as perspectivas econômicas para o próximo ano. Todas, sem exceção, defendem as reformas, especialmente a da Previdência Social. Elogiam a queda no ritmo da inflação - sem mencionar que foi causada pela queda no preço dos alimentos devido à supersafra - e na redução da Selic. Não apresentam propostas para retomar o crescimento. Simplesmente afirmam que deve crescer perto de 3% em 2018.
A revista Carta Capital publicou em edição especial “Que esperar de 2018” artigos de 15 analistas considerados desenvolvimentistas. Todos, sem exceção, fizeram análises bem fundamentadas sobre os males que atingem o País, agravados pelo governo Temer, com o avanço do neoliberalismo. Também, não apresentam propostas para retomar o crescimento.
É lamentável que isso esteja ocorrendo. A crise deveria ser o pano de fundo de avaliações e, principalmente, propostas de superação.
Com as instituições do Estado de costas para a sociedade, com um Congresso manchado de alto a baixo por corrupção e parlamentares que não estão nem aí para a defesa dos interesses da sociedade, mas só os seus, com um Judiciário desacreditado, com juízes e procuradores públicos se refastelando com salários e penduricalhos que rendem perto de R$ 70 mil por mês e uma mídia totalmente voltada para a defesa dos seus anunciantes – leia-se governo e grandes grupos econômicos – nada a esperar mudanças institucionais em 2018.
Provavelmente Lula será condenado e afastado da disputa eleitoral. Vai-se, assim, a grande ameaça à elite e à direita no pleito presidencial. Nenhum candidato com alguma viabilidade eleitoral e no campo popular apareceu. Caso a mídia continue como é de se prever, vai encher a bola de algum candidato do centro. É a perpetuação do atraso no crescimento, na crise, na questão fiscal e social.
EXISTE ALGUMA SAÍDA?
Sim, mas não na tentativa de conciliação com a elite financeira e do grande capital. Essa vai sempre financiar candidatos dóceis e ideologicamente confiáveis. Há que enfrentar as forças do atraso, com políticas claras e eficazes para o crescimento econômico. Como?
Removendo o freio ao consumo das famílias, que representam entre 60% e 65% do Produto Interno Bruto. Qual o freio? Desemprego, arrocho salarial e crediário.
Os dois primeiros levam mais tempo a reagir e são causa e consequência ao mesmo tempo do crescimento. O crediário, no entanto, pode ser alterado mais rápido e depende só de decisão do Presidente da República, sem ter que passar pelo Congresso. Para isso, basta determinar ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal que reduzam suas taxas de juros nas duas principais modalidades de crediário: cheque especial e cartão de crédito para 50%. Ambas estão em níveis historicamente elevados no sistema financeiro: 300,16% no cheque especial e 328,42% no cartão de crédito, segundo a Associação Nacional dos Executivos em Finanças, Administração e Contabilidade – ANEFAC, dados de novembro.
É claro que isso nunca irá ocorrer em governos comandados pelo mercado financeiro, como este e outros anteriores, sem exceção. É preciso por no dedo na ferida divulgando isso, pois as pessoas são roubadas dentro de sua própria casa, nas prestações que pagam.
Acorda, Brasil !!!




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