DIRETAMENTE DA J&S PARA MINISTRO DA FAZENDA
- Amir Khair
- 18 de dez. de 2017
- 2 min de leitura
O adiamento da votação da reforma da Previdência Social evidencia o desmanche na base de sustentação do governo e quebra sua estratégia principal de política econômica. A próxima vítima dessa estratégia mal posta será o "teto de gastos" - que congelou na Constituição por vinte anos as despesas do governo federal, exclusive juros. Está com os dias contados.
Assim, foi-se a tentativa de conseguir regularizar as contas públicas, segundo a estratégia adotada. Ao não resolver o sério problema fiscal, esse governo o tornou mais grave. Em maio de 2016, quando Temer assumiu a dívida do setor público, estava em R$ 4,0 trilhões (66,7% do PIB). No final de outubro subiu para R$ 4,8 trilhões (74,4% do PIB). Piorou R$ 800 bilhões ou 7,7%. E, assim mesmo, com vários puxadinhos extraordinários para amenizar essa subida, como duas repatriações de dólares desviados para o exterior, privatizações, retornos de R$ 150 bilhões emprestados pelo Tesouro Nacional ao BNDES, etc.
O que deu errado? A aposta na tese do mercado financeiro de que para recuperar a questão fiscal era necessário limitar a despesa do governo federal, sem limitar os juros, aprovando a reforma da Previdência Social. Esperavam tratorar o Congresso com a força política de Temer.
O imprevisto foi as gravações de Joesley Batista na calada da noite, secretamente, na casa oficial de Temer, em diálogo claro de dois bandidos para manter as mesadas para calar a boca de Eduardo Cunha e Lucio Funaro, ambos presos que poderiam revelar as “façanhas” do chefe da gangue do Planalto.
Fato é que, independentemente dessa derrota do governo, essa dívida só cresce e, ao que tudo indica, vai continuar crescendo. A razão é simples:
a) a partir de 2015 a 2017 (últimos doze meses encerrados em setembro) o governo central perdeu, apesar dos puxadinhos, em valores de setembro deste ano R$ 881 bilhões (!) devido à recessão (ver gráfico anexo);
b) não reduziu a Selic na velocidade necessária e vai ter que justificar porque a inflação ficou abaixo do limite inferior do centro da meta de inflação;
c) manteve elevado o excesso de reservas internacionais com repercussão na elevação dos juros; e
d) abriu o cofre ao assalto da base de sustentação para não deixar ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal no conluio com Joesley.
No próximo ano tudo se complica por ser ano eleitoral. A economia continuará patinando e a dívida subindo. Dá-lhe Meirelles, banqueiro vindo da presidência do Conselho de Administração da J&S para o comando da economia.
Beleza!




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