A QUEDA DE DILMA
- Amir Khair
- 4 de dez. de 2017
- 2 min de leitura
A queda de Dilma Rousseff ocorreu não pelas pedaladas (foi inocentada disso), nem pelos decretos editados sem passarem pela aprovação da Câmara, pois não envolveram alteração financeira no orçamento. A queda se deu por meio de um golpe parlamentar articulado por Michel Temer e Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados e por Temer e Romero Jucá no Senado Federal.
O que antecedeu esse golpe foi uma reunião clandestina envolvendo a cúpula do PMDB e do PSDB, na qual foi selado acordo para iniciar o processo de impeachment.
Foi decisiva a participação do STF deixando livre Eduardo Cunha até o final da decisão do impeachment na Câmara, cujo argumento central embasou-se nas "pedaladas", que, logo depois, no julgamento no Senado, foi abandonada e substituída pelos decretos.
Decisiva, também, foram a rápida piora da atividade econômica e a elevação do desemprego, que motivaram o movimento de massas da classe média para as ruas, a pedir o impeachment.
A mídia exerceu importante papel em todo esse processo, tirando o foco de Eduardo Cunha para que ele continuasse conduzindo o processo de impeachment na Câmara.
Na minha avaliação, esse golpe parlamentar transcendeu ao parlamento e envolveu o TCU Tribunal de Contas da União (que deu um verniz técnico às denúncias), o Ministério Público e, principalmente, o STF.
As duas razões que considero importantes para o impeachment foram a queda pronunciada da atividade econômica, do desemprego e a rápida perda de sustentação no Congresso, cuja base de sustentação se esfarelou.
O acordo PMDB/PSDB progrediu e se estendeu a outros partidos dando a maioria necessária ao impeachment.
Triste fim de um governo, que, acima de tudo, traiu seus eleitores ao dar a guinada da reativação da economia no segundo mandato para a linha neoliberal, escolhendo como ministro da Fazenda um banqueiro: Joaquim Levi.
Infelizmente, Lula teve participação nessa rendição ao mercado financeiro ao indicar à Dilma os principais nomes para ocupar o Ministério da Fazenda pela ordem: Luiz Carlos Trabuco Cappi (presidente do Bradesco), Henrique Meirelles e Nelson Barbosa. Os dois primeiros banqueiros e autênticos representantes do mercado financeiro. Erro grave. Demonstrou a sucumbência diante do mercado financeiro.




Comentários