ELEIÇÕES 2018 – "NOMES"
- Amir Khair
- 27 de nov. de 2017
- 3 min de leitura
Começam a aparecer vários artigos traçando cenários para as eleições do ano que vem. Em geral, surgem críticas pesadas aos dois possíveis candidatos que estão em primeiro e segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto: Lula (35%) e Bolsonaro (15%).
Criticam Lula e Bolsonaro por não agradarem ao mercado financeiro. Fato é que, apesar das críticas e acusações diárias a Lula e novas ameaças de condenação pelo juiz Sérgio Moro, Lula nas pesquisas é que nem bolo: quanto mais é batido, mais cresce.
Já Bolsonaro cresce com a violência urbana como se fosse um "exterminador (?) do futuro".
Lula tem feito pesadas críticas à mídia, marcando que poucas famílias detentoras do grande capital sempre dominarem as redes de TV e rádios. Como são concessões do poder público, se eleito, pretende rever essas concessões. Afinal, que liberdade de imprensa é essa onde o poder de informar é manipulado pelo grande capital?
Já Bolsonaro, antevendo dificuldades com seu nome perante o mercado, buscou ajuda de economistas que tentam dar um verniz de neoliberalismo em suas propostas quando este já fez declarações recentes exatamente opostas, como, por exemplo, passou agora a defender a independência do Banco Central.
Ao que aparece, até agora não creio que o cenário para 2018 esteja dado, pelo menos para a candidatura do líder das pesquisas Lula, que corre o risco de ser julgado e condenado pela segunda instância do Tribunal Regional Federal da 4ª Região até 15 de agosto do próximo ano, data limite para o registro das candidaturas.
Caso haja a condenação, isso muda totalmente o cenário da disputa eleitoral. É o que a Direita e Centro-direita mais desejam: afastar Lula da disputa. Não vejo, por enquanto, substituto à altura da popularidade de Lula em qualquer candidato de Esquerda.
Ciro Gomes, que poderia ser esse candidato, ainda tem restrições ao seu nome devido ao seu temperamento às vezes explosivo e tem partido para o ataque contra Lula.
O PT, caso Lula não puder disputar as eleições, tende a escolher Fernando Haddad como seu substituto. Haddad, no entanto, dificilmente herdaria a maior parte dos votos lulistas e carregaria o peso da marca do PT, que tanto prejudicou os candidatos petistas nas eleições municipais de 2016.
Já o pensamento conservador está à procura de escolher um candidato ao Centro, que poderia ser Alckmin, Dória, Marina, Joaquim Barbosa ou Luciano Huck, nomes mais em evidência. Acho que essas candidaturas podem ser acusadas de representar a continuidade deste governo Temer, que tem alta rejeição.
É possível que a esperança desses candidatos esteja na eventual ascensão da economia no ano que vem, com redução do desemprego e com inflação baixa. Imaginam, se isso vier a ocorrer, que esse cenário da economia seria suficiente para levar ao segundo turno um candidato seu, cujo queridinho do mercado tende a ser Luciano Huck, que tem boa aceitação nas pesquisas. Viria a substituir Dória, que precocemente “queimou” na largada.
Não vejo as coisas por aí, pois não basta apenas algum respiro na economia, que seria claramente modesto. Em sentido contrário, há reação da sociedade às políticas feitas pelo governo Temer reduzindo direitos da população e indo frontalmente contra algumas conquistas na área social entre elas a questão da reforma trabalhista, que poderá gerar sérios problemas no confronto entre a mão de obra e o capital. A reforma da Previdência, mesmo que não passe no Congresso, é outra bomba contra os centristas.




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