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Novos rumos (III) – INFLAÇÃO

  • Amir Khair
  • 24 de nov. de 2017
  • 3 min de leitura

Vimos nos dois últimos artigos (dias 20 e 22) que a inflação é influenciada em 80% (!) por fatores que não dependem da Selic para controlar a inflação. São os alimentos, com peso de 25% sobre o IPCA, os serviços com 35% e os preços monitorados com 20%.

Vimos, também, que o nível de preços na economia é elevado quando comparado com os países emergentes, pois há um sobrepreço de 180% (!) devido à carga tributária de 40% sobre os bens e 140% de juros do crediário. Em países emergentes esses números são em média de 25% e 15% respectivamente, perfazendo um sobrepreço de 40%.

Nesse artigo vamos ver como é possível controlar a inflação e reduzir o nível de preços.

CONTROLE DA INFLAÇÃO

O mais eficiente controle é sobre os 80% do IPCA já referidos. Nos serviços há a tendência de queda natural, uma vez que a demanda está se estabilizando e a oferta crescendo, pois muitas pessoas estão vendo oportunidades de montar seu negócio, por vezes empurradas a pelo desemprego. Pelo lado da demanda, os sistemas inteligentes (via aplicativos) estão em expansão, permitindo às pessoas e empresas localizar os serviços que melhor atendem à sua demanda. No mais, pouco se pode interferir agindo sobre a oferta ou procura.

Nos alimentos a inflação vai depender das condições climáticas, mas, mesmo assim, avanços em logística estão se dando e vão continuar permitindo custos menores de frete.

Iniciativas a nível municipal e estadual podem aproximar produtores de consumidores reduzindo a intermediação onerosa dos atravessadores. Várias iniciativas exitosas são conhecidas e tendem a se expandir via propaganda dirigida ao público. O Brasil é o celeiro do mundo e deve garantir em primeiro lugar o abastecimento ao mercado interno. Nesse sentido, vale considerar a conveniência de criar um imposto de exportação de caráter regulador dessa oferta. Isso poderá contribuir para ampliar a oferta interna reduzindo preços.

Nos preços monitorados, a sociedade deve exercer pressão sobre os governantes para que atentem aos reajustes de preços, que devem respeitar os índices médios de inflação, evitando solavancos na economia, como o ocorrido durante a gestão Dilma, quando foram corrigidos em 18,1% em 2015, após torniquete de preços desde 2007 a 2014. A mobilização da população é importante para barrar aumentos indevidos. Em Goiânia os motoristas impediram o abastecimento dos postos, que praticavam cartelização.

REDUÇÃO DE PREÇOS

Apontei dois fatores que elevam o nível de preços: o tributário (40%) e o crediário (140%). Sobre o primeiro há que reduzir o PIS e Cofins sobre os bens de consumo popular, mas o governo federal vai resistir a isso, pois não quer perder arrecadação. Se fosse regulamentado o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) isso permitiria a redução do PIS e Cofins. O problema é o IGF passar no Congresso, pois atinge o bolso dos parlamentares. De qualquer maneira, vai haver redução desses tributos, pois o STF retirou da base de cálculo deles o ICMS.

Resta atacar o sobrepreço do crediário de 140%. Para isso, o governo pode determinar à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil que façam redução nas taxas de juros do cheque especial (296%) e do cartão de crédito (350%) para níveis próximos a 50%, bem como façam ampla campanha publicitária para atrair clientes a essas duas instituições.

Vale lembrar que, sob Dilma, a taxa média do crediário chegou ao seu nível mínimo de 95%. Infelizmente não deu sequência na estratégia de redução, sucumbindo à pressão do mercado financeiro. Isso, contudo, não pode servir de pretexto para deixar a prática da mais deslavada agiotagem continuar a roubar impunemente a sociedade.


 
 
 

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