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Novos rumos (II) – INFLAÇÃO E PREÇOS

  • Amir Khair
  • 22 de nov. de 2017
  • 2 min de leitura

Vimos no artigo anterior desta série que cerca de 80%(!) do valor do IPCA não depende do Banco Central, não sendo influenciados pela Selic. Tratam-se dos:

a) alimentos com peso de 25% no IPCA, que dependem das

condições climáticas;

b) serviços com peso de 35% no IPCA, que dependem da lei da

oferta e da procura, num mercado de forte concorrência; e

c) preços monitorados, com peso de 20% no IPCA, que dependem de decisões dos governos federal (energia elétrica

e combustíveis), estaduais (água e esgoto) e municipais (transporte coletivo). Nesse artigo vamos analisar a formação dos preços.

NÍVEL DE PREÇOS

É importante ter presente a distinção entre "inflação" e "nível de

preços".

A inflação mede a variação dos preços em um determinado período, normalmente um mês ou um ano. Já o nível de preços é o valor absoluto dos preços dos diversos bens e serviços que são adquiridos no mercado.

Ambos são importantes: a inflação (que corrói o valor dos rendimentos das pessoas que não conseguem repor esse valor através de aplicações em títulos do governo) e o nível de preços, por estabelecer os custos ao poder

aquisitivo tanto das pessoas como das empresas.

O nível de preços depende de vários fatores, sendo estes os principais:

a) a carga tributária, que incide sobre os bens e serviços que majoram os preços em cerca de 40%. Assim, um produto cujo valor é 100 sem impostos passa a valer no mercado 140;

b) o crediário acrescenta em média 140% de juros sobre as compras à vista;

c) preço dos insumos no início das cadeias produtivas. Assim, se o minério de ferro tem preço acima do preço internacional causa preço maior ao aço e toda a cadeia produtiva do ferro e aço. Normalmente o início das cadeias produtivas são de monopólios e oligopólios, que têm a liberdade de praticar o preço que desejam.

Admitindo que os preços dos insumos das cadeias produtivas estejam no nível internacional (estão acima!), os preços aqui no Brasil sofrem duas majorações elevadas: 40% de tributos e 140% de juros do crediário. Assim, um bem de valor 100, sem os tributos, acaba sendo adquirido por 280 (100 + 40 + 140) no crediário se financiado em 12 meses. Comparando com um país emergente com carga tributária média de 25% e juros no crediário de 15%, naquele país esse bem seria adquirido por 140 (100 + 25 + 15), ou seja, a metade do valor daqui.

Esse elevado nível relativo de preço é que corrói o poder de compra das pessoas e, portanto, trava o crescimento econômico. Ignorar isso é manter o País atrelado ao atraso.


 
 
 

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