NOVOS RUMOS (II) – “Crescimento”
- Amir Khair
- 3 de nov. de 2017
- 2 min de leitura
Vimos no artigo anterior várias propostas de estímulo ao consumo. Vale lembrar que o consumo é o fio condutor principal do crescimento econômico. Responde sempre por mais de 60% do PIB!
Entre elas a melhor distribuição de renda, a desoneração dos impostos sobre produtos de consumo popular, a redução dos principais custos domésticos como, p.ex., tarifas de energia elétrica e água, gratuidade no transporte coletivo, sacolões, restaurantes populares, farmácias populares, etc.
CREDIÁRIO O VILÃO - Mas o mais importante para destravar o consumo é remover boa parte das elevadas taxas de juros do crediário.
Vimos que estão em 140% ao ano. A maior parte dos consumidores de classe média e menor renda usam o crediário. Assim, ao comprar um produto que vale 100 à vista tem que gastar 240 (100 +140 de juros).
Em países emergentes o gasto é de apenas 110 (100 + 10 de juros). Essa é a trava principal do consumo e, portanto, da economia. Os preços ficam artificialmente elevados.
PROPOSTA
Vejamos como é possível reduzir isso.
Há uma concentração bancária tal no Brasil que os principais quatro bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF)) comandam 80% das operações bancárias. Com tal concentração impõem essas absurdas taxas de juros).
O governo é que comanda o BB e a CEF. Assim, pode ordenar a redução gradual dessas taxas ampliando sua clientela e forçando, assim, os bancos privados a seguir isso para não perder mercado.
O BB e a CEF praticam taxas de agiota da mesma forma que o Bradesco, Itaú e Santander. No caso do cartão de crédito rotativo a CEF é a que tem a taxa mais alta (251%). O Itaú (215%), Bradesco (214%), Santander (203%) e BB (182%).
No caso do cheque especial parece haver um acordo entre os bancos citados, fora o Santander, pois praticam quase a mesma taxa entre 305% e 314%. O Santander é o que mais cobra (424%).
Caso o BB e a CEF praticassem para essas modalidades uma taxa de 50% ainda estariam ganhando muito, mas atrairiam a clientela pela propaganda. A redução não seria de uma vez, mas em etapas programadas durante, p.ex., seis meses. Esse processo seria monitorado para apurar seus resultados. Fato é que a inadimplência cairia e evitaria muita gente de cair na Serasa.
Outras propostas de redução do crediário serão abordadas no próximo artigo. São complementações a essa apresentada.
Aguardem!




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