UM ANO E MEIO PERDIDO
- Amir Khair
- 27 de out. de 2017
- 2 min de leitura
O governo, o mercado financeiro e os grandes empresários apostam nessa política econômica que vem sendo adotada como única saída dessa crise, que começou na segunda metade de 2014.
Ela consiste em frear a expansão das despesas sociais do governo federal e aprovar as reformas trabalhista e previdenciária para deter o crescimento da relação dívida/PIB e retomar o crescimento. O governo conseguiu aprovar o teto de gastos, excluindo o gasto com juros, por 20 anos e a trabalhista na Constituição por deter ampla maioria no Congresso.
Passou-se um ano e meio (desde maio de 2016) de governo Temer e os resultados são decepcionantes: a economia está estagnada e no campo fiscal a dívida/PIB passou de 67% para 74% e ruma para 80% já em 2018.
A reação da sociedade contra a reforma da previdência social acabou abortando a proposta do governo e o golpe final ocorreu por onde menos esperava: a sucessão de escândalos que atingiu o presidente e seu núcleo duro no Planalto.
Isso causou sério abalo em sua base de sustentação no Congresso ao mesmo tempo em que foi derretendo o precário apoio que ainda desfrutava quando da queda de Dilma Rousseff. A popularidade hoje está em 3%. A maior rejeição já vista na história republicana.
Esse governo se livrou, por enquanto, da segunda denúncia que atinge o presidente e seu núcleo duro do Planalto, mas sabe-se lá até quando. Há em perspectiva a delação de Geddel Vieira Lima, o chefe da quadrilha de Temer, segundo a Procuradora Geral da República Raquel Dodge. Talvez a maior bomba a estourar a cúpula do PMDB à semelhança que Palocci fez com Lula e o PT.
Fato é que Temer já começou a sangrar e, para não cair, abriu os cofres para o assalto ao Tesouro, pois passa a maior parte do tempo tentando aplacar a sede de exigências na já precária base de (in)sustentação.
2018 se aproxima e a cada dia essa base se dilui. Ficar com Temer passou a ser sério problema para a reeleição dos congressistas. Triste final de aventura do PMDB, que arrastou o dúbio, como sempre, PSDB. Um ano e meio perdido.
Mas qual poderia ser a alternativa para virar o jogo? Nos próximos artigos tratarei de propostas que considero fundamentais para retomar o crescimento, resolver de vez o problema fiscal e devolver um pouco de tranquilidade ao carregado ambiente social.
Aguardem!




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