A VEZ DA LIQUIDEZ
- Amir Khair
- 25 de ago. de 2017
- 2 min de leitura
A crise no cerne do sistema capitalista foi combatida com uma explosão de liquidez feita pelos bancos centrais dos países desenvolvidos para salvar seus sistemas financeiros da derrocada.
No final de 2013, a injeção de moeda deve ter beirado US$ 10 trilhões! Na zona do euro, elo mais fraco do sistema capitalista, as emissões elevaram a base monetária de dois trilhões de euros em 2000 para cinco trilhões de euros. Os Estados Unidos elevaram sua base monetária de menos de um trilhão de dólares antes da crise para três trilhões de dólares.
Essa inundação de moedas desvalorizou-as em relação às moedas dos países que não usaram a mesma estratégia. Isso distorceu a concorrência internacional entre as empresas, prejudicando aquelas sediadas em países que não alteraram suas bases monetárias. Urge corrigir essa distorção e só vejo como forma eficaz nesse embate o uso da mesma arma, ou seja, a elevação da base monetária.
O governo, naquela ocasião (tentando se defender dessa avalanche de moedas), usou estratégia inadequada. Tentou enxugar o excesso de dólares que invadiu o País através da compra de dólares pelo Banco Central. Foi uma operação tipo "enxuga-gelo", que custou muito caro ao País, pois, para cada dólar comprado, foi emitido o correspondente em real, que depois foi retirado de circulação via emissão de título da dívida do Tesouro Nacional, que onerou juros de 9% ao naquele ano.
Fora a "operação enxuga-gelo", o governo tentou estimular a indústria através de desonerações tributárias pontuais a determinados setores e maior facilitação de operações de crédito. Essas medidas, como se sabe, não tiveram impacto favorável. O que importa é dar competitividade a todas as empresas sediadas no País e isso se faz através de intervenção não onerosa no câmbio, via emissão monetária.
Nesse sentido, venho sugerindo em artigos que, ao invés de continuar a emitir títulos de dívida que oneram juros, o governo deveria emitir moeda até atingir nível condizente com o que operam economias de países emergentes, com inflação semelhante à nossa.
Trata-se de ampliar substancialmente a liquidez da economia.




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