RAPINAGEM
- Amir Khair
- 31 de jul. de 2017
- 2 min de leitura
Com a retomada dos trabalhos no Congresso, as atenções se voltam para a votação do pedido de abertura do processo de impeachment de Temer. Novas revelações vão complicando cada vez mais Temer e sua gangue, que ainda
aparenta controle de sua base de apoio.
Haja o que houver (se cai ou não Temer e assume ou não Rodrigo Maia), o que o mercado financeiro quer é que não caia Meirelles, seu representante máximo no governo. Mesmo tendo sido ele presidente do Conselho de Administração do grupo J&S, dos irmãos Batista, que vem corrompendo há vários anos políticos e autoridades governamentais, as apostas do mercado financeiro voltam-se para que essa figura continue na testa do governo.
E para que? Para manter intocáveis os ganhos desse mercado financeiro durante toda a travessia desta crise que não dá mostras de terminar. Esses ganhos se dão contra o governo, contra as empresas não-financeiras e, principalmente, contra a população. Vejamos.
Contra o GOVERNO, pela prática de taxa básica de juros Selic em cerca de 6 pontos acima da inflação, enquanto no mundo ela está em zero ou até negativa. Quem arca com esse prejuízo é o governo e, portanto, atinge a todos que pagam os tributos, pois é daí que é pago o prejuízo.
Contra as EMPRESAS não financeiras, que dependem de empréstimos do sistema financeiro para o desempenho de suas atividades cuja taxa média de juros se encontra em 70% ao ano!
Contra a POPULAÇÃO, que depende do crediário ou que já está com o nome no Serasa por falta de pagamento de prestações em compras, que é sufocada por taxas de juros de
140% ao ano!
Pouco importa se o rombo fiscal é sangrado por meio trilhão(!) de reais de juros a cada ano. Quanto mais sangrar, mais arrocho sobre a população será necessário para garantir que fique intocável essa sangria. E tome reformas contra direitos da população.
O que essa turma do mercado financeiro não aprendeu é que isso já passou do limite e que parcela crescente da sociedade que sofre com essa agiotagem acabará por dar o troco repudiando a continuidade dessa rapinagem.




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