PONTE ARRASTADA
- Amir Khair
- 11 de jun. de 2017
- 2 min de leitura
"Ponte para o Futuro" foi o nome do programa do PMDB cuja elaboração contou com a participação de economistas cuja visão se opunha à política defendida pela ex-presidente Dilma conhecida como Nova Matrix Econômica, que fracassou deixando pesada herança fiscal.
Essa ponte também fracassou e foi arrastada pelo mar de lama que inundou a cúpula do PMDB.
Embora arrastada seus defensores ainda se agarram a ela e escolhem um novo comando no Congresso por eleição indireta do substituto de Temer.
Querem a todo custo aprovar as reformas trabalhista e da previdência que, segundo seus defensores, sinalizaria ao mercado a solução a longo prazo do déficit fiscal do País.
Como essas reformas atingem direitos das pessoas só um governo autoritário poderia implantá-las no Congresso. Estava tudo caminhando para isso até vir a público a delação dos donos da JBS incriminando Temer seus sequazes e a cúpula do PSDB, em especial seu presidente Aécio e Serra aliado de Temer.
Temer e sua quadrilha, no entanto, tentam todas as manobras protelatórias para retardar sua queda.
Fato é que ruiu essa ponte, que ruiria mesmo que não surgisse essa denúncia da JBS. Vejamos.
Fracasso - A equipe econômica fracassou não só por não conseguir domar as despesas e deter a ascensão da dívida pública, como não retomar o crescimento. O pífio resultado do PIB do primeiro trimestre, tanto comemorado pelo governo, se deveu exclusivamente ao bom desempenho da agricultura, cujo mérito é histórico do setor e da ajuda do clima favorável às colheitas. Nada a ver com a política econômica do governo.
O fracasso fiscal foi devido a combater erroneamente despesas da área social, aceitando pressões do funcionalismo e do Congresso, sem perceber que as despesas com a área social se destinam à população da classe média e de menor renda, que retornam integralmente à atividade econômica e, portanto, geram importante arrecadação pública. Assim, fizeram o País sofrer perda de arrecadação bem superior à tentativa de economia de despesas.
Falha mais grave, no entanto, ocorreu ao deixar o Banco Central (BC) praticar a Selic que bem entendesse, seguindo o desejo dos bancos de retardar ao máximo sua queda, mesmo já antevendo forte retração da atividade econômica, e desta à queda da inflação, favorecida pela queda do consumo e da redução dos preços dos alimentos. Nada a ver com a ação do BC sobre a inflação. Fato é que essa Selic elevada contaminou mais ainda os juros e daí disparou a dívida. Historicamente os juros sempre foram responsáveis pela maior parte do déficit público.
Falha atrás de falha levou a ponte de roldão rio abaixo e com ela o mar de lama das cúpulas do PMDB e PSDB.




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